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O Royal College of Surgeons Commission da Inglaterra – equivalente britânico ao Conselho Federal de Medicina – divulgou em setembro um relatório que chama a atenção para os efeitos do acesso fácil que a população tem às informações na área da saúde. De acordo com o documento, em função de práticas como as consultas ao “Dr. Google” – forma como os profissionais classificam as pesquisas dos pacientes na internet – deve ocorrer uma explosão informativa graças à facilidade de acesso a sensores, máquinas, aplicativos e outras ferramentas para diagnóstico de saúde.

Um exemplo é o novo Apple Watch Série 4, lançado no começo de setembro. Ao se conectar com iPhones, o relógio inteligente apresenta informações sobre os batimentos cardíacos e vem com a função capaz de analisar o ritmo do coração como em um eletrocardiograma.

Hipocondríacos

Uma das preocupações da instituição britânica é com relação aos “saudáveis atentos”, aqueles pacientes extremamente atentos às condições físicas e que, com os dispositivos eletrônicos, podem vir a se transformar em hipocondríacos num futuro próximo, sobrecarregando inclusive o sistema de saúde – no caso da Inglaterra, a grande maioria da população utiliza o NHS, que é serviço público de saúde do país.

Segundo Richard Kerr, presidente da comissão Future of Surgery (Futuro da cirurgia) do Royal College, os profissionais da área médica também precisam estar atentos ao risco de erros de diagnóstico e de tratamentos excessivos decorrentes da proliferação de informações personalizadas sobre saúde. “Infelizmente, existe o perigo de que profissionais inescrupulosos possam atacar os medos dos pacientes, convencendo-os de que o tratamento é necessário, onde não é”, pontuou.

A Comissão sobre o Futuro da Cirurgia tem como objetivo estabelecer uma visão para os futuros avanços na medicina e tecnologia, bem como a forma como esses desenvolvimentos afetarão a prestação de cuidados cirúrgicos. Os pesquisadores usam como referência os desenvolvimentos nas áreas de robótica, genética, transplantes, inovação cirúrgica, epidemiologia, inteligência artificial, farmacologia, impressão 3D e planejamento.

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